2 de junho de 2009

Escrevo, triste, no meu quarto quieto, 

sozinho como sempre tenho sido, 
sozinho como sempre serei. 

E penso se a minha voz, aparentemente tão pouca coisa, não encarna a substância de milhares de vozes, a fome de dizerem-se de milhares de vidas, a paciência de milhões de almas submissas como a minha ao destino quotidiano, ao sonho inútil, à esperança sem vestígios. 


Nestes momentos meu coração pulsa mais alto por minha consciência dele.
 Vivo mais porque vivo maior





Livro do Desassossego, Bernardo Soares

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